Os brasileiros que fumam destinam cerca de 8% da renda familiar per capita (por indivíduo), mensalmente, para a compra de cigarros industrializados.
O gasto mensal chega a quase 10% da renda entre os fumantes na faixa
etária de 15 a 24 anos, atingindo 11% entre aqueles com ensino fundamental
incompleto. Os dados constam de pesquisa do Instituto Nacional do Câncer
(Inca), que será apresentada nesta quarta-feira (31), na sede da instituição,
no Rio de Janeiro, durante o lançamento da campanha "Precisamos de comida,
não tabaco”, da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A campanha marca o Dia Mundial sem Tabaco, comemorado em 31 de maio. A
sondagem teve por base dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019.
“De maneira geral, a variação maior ocorre no rendimento e não
tanto no gasto. Para pessoas que têm escolaridade mais baixa, que moram em
estados ou regiões em que a renda média é menor, o gasto com cigarro acaba
tendo uma contribuição relativa maior”, destacou, em entrevista o médico André
Szklo, um dos autores do estudo, realizado pela Divisão de Pesquisa
Populacional do Inca. Por isso, entre os fumantes de baixa escolaridade, o
comprometimento do gasto com cigarro, em função da renda domiciliar per
capita do domicílio onde reside, é maior do que entre fumantes que tenham
escolaridade mais elevada.
A mesma coisa ocorre em regiões do país. No Norte e Nordeste, onde
a renda média é menor, comparada com o Sudeste e Sul, o comprometimento do
gasto com o cigarro acaba sendo maior também, indicou Szklo. Por sexo, o
percentual alcança 8% para os homens e 7% para as mulheres.
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