“Estamos trabalhando. Há uma expectativa de que o julgamento seja na
próxima semana. Há uma grande preocupação do governo com relação ao impacto
desse julgamento, principalmente, na sustentabilidade no Sistema Financeiro de
Habitação. Temos apresentado ao Supremo as nossas preocupações”, disse Messias
após participar nesta segunda-feira (30) da abertura do Fórum BNDES de Direito
e Desenvolvimento, na sede do banco, no centro do Rio.
Messias contou ainda que o governo já apresentou os dados dos cálculos
sobre a correção para os ministros do STF. “Todos os ministros tiveram a
oportunidade de receber os dados e as preocupações do governo. Nós ainda
estamos tentando construir um entendimento que preserve a higidez do Sistema
Financeiro da Habitação e que garanta poder de compra do trabalhador, que é uma
preocupação do nosso governo. E estou trabalhando para que a gente consiga uma
solução que seja satisfatória para todas as partes envolvidas”, relatou.
O presidente do STF e do Conselho Nacional de Justiça, Luís Roberto
Barroso, disse que não poderia comentar sobre um assunto que está em andamento
no Supremo, mas a Corte vai buscar a melhor solução para a questão. “Vamos
fazer o que seja justo e bom para o Brasil”, assegurou após a abertura do
fórum.
A causa do julgamento no Supremo é uma ação protocolada em 2014 pelo
Solidariedade. O partido defende que a correção pela TR, com rendimento próximo
de zero, por ano, não remunera adequadamente os correntistas, perdendo para a
inflação real.
O FGTS foi criado em 1966 para substituir a garantia de estabilidade no
emprego e funciona como uma poupança compulsória e proteção financeira contra o
desemprego. Se for dispensado sem justa causa, o empregado recebe o saldo do
FGTS, acrescido de uma multa de 40% sobre o montante.
A posição do governo pela extinção da ação é defendida pela
Advocacia-Geral da União. Para a AGU, as leis 13.446/2017 e 13.932/2019
estabeleceram a distribuição de lucros aos cotistas e por isso, conforme o
órgão, não é mais possível afirmar que a aplicação da TR gera remuneração menor
que a inflação real.
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