Essas perícias são necessárias nos processos judiciais que envolvem
benefícios por incapacidade e são custeadas pelo Poder Executivo federal. A
matéria segue para sanção presidencial.
“O projeto em pauta não obriga os aposentados a custearem perícias em
processos contra o INSS. Pelo contrário.
O projeto busca garantir e assegurar ao cidadão de baixa renda que foi
injustiçado em pedidos administrativos o direito a contar com perícias
custeadas pelo poder público no curso de processos judiciais contra o INSS”,
explicou o relator senador Nelsinho Trad (PSD-MS).
Os recursos para esses pagamentos dependerão de “expressa autorização
física e financeira na lei orçamentária anual”. Caso aprovada, a norma terá
vigência indeterminada e não dependerá de prorrogação do Congresso Nacional.
O custeio de perícias não ocorrerá caso o cidadão tenha condições
financeiras de efetuar o pagamento.
“Estamos tratando de cidadãos em situação de vulnerabilidade financeira
e em condição física de extrema fragilidade. Estamos nos referindo a cidadãos
que, por exemplo, estão incapacitados a exercer qualquer trabalho por conta de
um acidente de trabalho e que estão em situação de “contar moedas” para
conseguir comprar o pão. Estamos nos referindo a cidadãos que, apesar de toda
essa situação, estão lutando pelo seu direito a obter um benefício
previdenciário ou assistencial que lhes foi negado injustamente pelo INSS”,
disse Nelsinho.
Colapso
Segundo o autor do projeto, senador Sérgio Petecão (PSD-AC), o objetivo
da matéria é evitar o colapso das perícias do INSS. A matéria é um
desdobramento da PEC do Teto de Gastos, que gerou a paralisação do pagamento
das perícias.
Por falta de Orçamento, os peritos médicos da Justiça chegaram a ficar
nove meses sem receber. Uma lei foi sancionada em 2019, para criar, por dois
anos, a garantia de custeio pela União dos honorários periciais, nas ações em
que o INSS figure como parte.
De acordo com Petecão, com o fim desse prazo, no fim de 2021, "várias serventias judiciais pelo Brasil já suspenderam processos que necessitam de perícia médica". Segundo o senador, "processos de natureza previdenciária e assistencial estão parados, submetendo cidadãos em frágil estado jurídico e social ao atraso e mora no exercício de seus direitos sociais".
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