A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou um relatório preliminar “confidencial” sobre eleições da Venezuela.
O documento, produzido por um painel eleitoral independente, alega que o
Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país não cumpriu medidas básicas de
transparência e integridade essenciais para o pleito ser confiável.
Embora o relatório da ONU tenha elogiado a logística da votação, o texto
também afirma que não foram atendidos outros regulamentos, disposições legais e
requisitos dentro do prazo eleitoral.
O comitê que produziu o documento viajou para a Venezuela um mês antes
da votação para acompanhar a corrida eleitoral. A análise é considerada
confidencial porque seria entregue apenas para o secretário-geral da ONU,
António Guterres, mas ela foi divulgada e enviada também ao CNE da Venezuela.
ONU
No mesmo dia, especialistas do alto comissariado da ONU para os direitos
humanos expressaram preocupação com uso desproporcional da força e prisões
arbitrárias pelo governo do presidente Nicolás Maduro. Desde 28 de julho, dia
da eleição, mais de 1.200 pessoas foram detidas.
Além disso, a atual gestão é acusada de incentivar o medo entre os
próprios venezuelanos.
Dados fornecidos para a ONU por meio do Procurador-Geral da República
indicam que quase 2.300 pessoas foram classificadas como “terroristas”.
Maduro foi proclamado vencedor com 52% dos votos para um terceiro
mandato de 6 anos, mas a oposição denuncia o pleito como um golpe. Até o
momento, protestos no país acabaram com 25 mortos e 192 feridos.
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