“A vacina monovalente, como o próprio nome diz, tem um tipo só do vírus
que causa a covid. Ela foi originalmente desenhada com aquele chamado vírus
ancestral, o primeiro que apareceu na China no fim de 2019. Então, todas as
vacinas que a gente tinha e usou até agora eram monovalentes, independentemente
do laboratório fabricante”, explicou o diretor da Sociedade Brasileira de
Imunizações, Juarez Cunha.
Inicialmente, a vacina será aplicada somente nos chamados grupos de
risco. Conforme divisão anunciada pelo ministério, a imunização será feita da
seguinte forma: na fase 1, pessoas acima de 70 anos, imunocomprometidos,
indígenas, ribeirinhos e quilombolas; na fase 2, pessoas com idade entre 60 e
69 anos; na fase 3, gestantes e puérperas; e na fase 4, profissionais de saúde.
“Essas populações, do que a gente tem nesses três anos de pandemia, são
as pessoas que mais sofreram e mais sofrem com a doença. É
importante termos um planejamento porque não tem vacina suficiente para
incluir toda a população com a bivalente. A tendência é que, com o passar do
tempo, a gente vá aumentando os grupos que vão receber.”
No Brasil, duas vacinas bivalentes, ambas produzidas pelo
laboratório Pfizer, receberam autorização da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) para uso emergencial. Elas são indicadas como dose única de
reforço para crianças e adultos, após dois meses da conclusão do esquema
vacinal primário, ou como última dose de reforço.
“Para quem é recomendada a bivalente? Só como reforço. Para pessoas que
foram plenamente vacinadas com o esquema primário que, em geral, são duas doses
ou dose única. Mesmo para aquelas que já fizeram a terceira e
a quarta doses, dois reforços”, disse Juarez. “Essas pessoas que têm
essa vacinação já feita, desde que tenham se passado quatro meses da última
dose, podem receber a bivalente.”
O ministério reforça que as vacinas monovalentes contra a covid-19
seguem disponíveis em unidades básicas de Saúde (UBS) para a população em geral
e são classificadas como “altamente eficazes contra a doença”, garantindo grau
elevado de imunidade e evitando casos leves, graves e óbitos pela doença.
“A aplicação da bivalente não significa que as vacinas monovalentes não
continuam protegendo. Elas continuam protegendo, mesmo para a variante Ômicron,
mas, claro, tendo a possibilidade de uma vacina desenhada mais especificamente
para a variante circulante, a tendência é termos melhor resposta.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário