Passadas
mais de doze horas do início da rebelião na Penitenciária Estadual de Alcaçuz e
no Pavilhão Rogério Coutinho Madruga, na região metropolitana de Natal, os
presos continuam soltos em cinco pavilhões e ainda não há atualização em
relação ao número de mortos, feridos ou foragidos.
Há detentos
em cima dos telhados e ainda é possível ouvir gritos e disparos de arma de
fogo. Pelo menos um pavilhão, que abrigava cerca de 250 homens, foi totalmente
destruído. De acordo
com informações da Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social
(Sesed/RN), há 10 mortos espalhados pelos pavilhões rebelados. Alguns deles,
decaptados.
Agentes
penitenciários e policiais que atuam na unidade prisional, afirmaram que o
número de mortos é muito maior. O Governo do Estado, porém, ainda não atualizou
os dados. Para tentar
conter a rebelião, homens do Batalhão de Choque da Polícia Militar chegaram à
unidade prisional no início deste domingo. A entrada deles nos pavilhões teve
início por volta das 7h.
O helicóptero
da Sesed pousou no pátio externo da casa carcerária e deverá reforçar as ações
de contenção dos rebelados. Cerca de 40 homens da Força Nacional reforçam a
guarda externa da penitenciária para evitar fugas.
A guerra
entre facções - Primeiro Comando da Capital (PCC) e Sindicato do RN - motivou a
rebelião. Presos do Pavilhão Rogério Coutinho Madruga, considerado de segurança
máxima, escaparam das celas e pularam o muro.
Depois eles
cercaram o Pavilhão 3 e forçaram os presos que não pertencem a nenhuma das
facções rebeladas a ajudá-los na invasão de outro Pavilhão.
Em seguida,
eles cercaram o Pavilhão 4 e renderam os presos, que integram o Sindicato do
RN. A partir daí, foi iniciado o confronto. Além das mortes, filmadas e
distribuídas em grupos de Whatsapp pelos próprios detentos, eles destruíram a
estrutura física das celas.
Além disso, atearam fogo em colchões e atiraram
pedras contra agentes penitenciários e policiais militares que estão nas
guaritas.
Do lado de
fora, familiares aflitos aguardam notícias e clamam pela entrada da Polícia
Militar nos pavilhões para a retomada do controle da maior unidade prisional do
Rio Grande do Norte.
A
Penitenciaria Estadual de Alcaçuz tem capacidade para 620 homens, mas abriga
cerca de 1.150. Construída numa região de dunas, cujo acesso é feito por
estrada de barro, é cenário constante de rebeliões e mortes de presos.
Agência
Estado
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