terça-feira, 30 de junho de 2015

Associação aponta ‘bicos’ como cenário de 90% das mortes de policiais no RN

Baixos salários, desvalorização profissional e atraso no pagamento de diárias operacionais. Esses são alguns dos motivos que tem feito cada vez mais policiais militares buscarem o complemento da renda através de trabalhos informais, os chamados “bicos”. 

Dados da Associação dos Cabos e Soldados do RN (ASC/PMRN), apontam que 90% das mortes de PMs no Rio Grande do Norte ocorrem quando os profissionais estão neste tipo de serviço.

De acordo com Roberto Campos, presidente da ASC/PMRN, a prática é adotada, principalmente, por cabos e soldados, que registram os mais baixos salários da corporação. Segundo ele, falta no RN uma política estadual que privilegie a promoção desses profissionais.

“Ainda estamos engatinhando no que se refere a lei de promoção de praças.
Para se ter uma ideia, existem soldados que são da turma de 1997 e que não tiveram nenhum tipo de ascensão na carreira”, disse. Campos faz ainda algumas ressalvas quanto ao trabalho extra realizado pelos policiais.

Segundo ele, tal prática prejudica o rendimento do profissional que já tem um trabalho desgastante e se veem muitas vezes sobrecarregados, gerando estresse e em muitos casos o afastamento de suas funções.

“O desequilíbrio emocional é o principal motivo”, complementou ele.
A falta de confiança no governo com relação ao pagamento de diárias operacionais também tem gerado a grande procura pelo serviço extra.

Roberto Campos informa diárias relativas à jogos de futebol, aos festejos juninos de Mossoró, do ano passado, e da Copa do Mundo ainda não foram pagas. “Isso tudo gera uma sensação de desvalorização do profissional”, analisou.

Saulo de Castro

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