Baixos salários,
desvalorização profissional e atraso no pagamento de diárias operacionais. Esses são alguns dos
motivos que tem feito cada vez mais policiais militares buscarem o complemento
da renda através de trabalhos informais, os chamados “bicos”.
Dados da Associação
dos Cabos e Soldados do RN (ASC/PMRN), apontam que 90% das mortes de PMs no Rio
Grande do Norte ocorrem quando os profissionais estão neste tipo de serviço.
De acordo com Roberto Campos, presidente da
ASC/PMRN, a prática é adotada, principalmente, por cabos e soldados, que
registram os mais baixos salários da corporação. Segundo ele, falta no
RN uma política estadual que privilegie a promoção desses profissionais.
“Ainda estamos engatinhando no que se refere
a lei de promoção de praças.
Para se ter uma ideia,
existem soldados que são da turma de 1997 e que não tiveram nenhum tipo de
ascensão na carreira”, disse. Campos faz ainda algumas ressalvas quanto ao
trabalho extra realizado pelos policiais.
Segundo ele, tal prática
prejudica o rendimento do profissional que já tem um trabalho desgastante e se
veem muitas vezes sobrecarregados, gerando estresse e em muitos casos o
afastamento de suas funções.
“O desequilíbrio
emocional é o principal motivo”, complementou ele.
A falta de confiança no governo com relação
ao pagamento de diárias operacionais também tem gerado a grande procura pelo
serviço extra.
Roberto Campos informa
diárias relativas à jogos de futebol, aos festejos juninos de Mossoró, do ano
passado, e da Copa do Mundo ainda não foram pagas. “Isso tudo gera uma sensação
de desvalorização do profissional”, analisou.
Saulo de Castro
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