domingo, 1 de setembro de 2013

‘Sistema socioeducativo no Rio Grande do Norte atravessa pior fase em 20 anos’, desabafa juiz

“Trabalho há 20 anos na área da infância e juventude e posso garantir que esse é o pior momento do sistema socioeducativo do Rio Grande do Norte.
Falta desde investimentos até recursos humanos. Isso gera angústia, estresse e indignação em todos que atuam nesta área, porque não podemos fazer o nosso trabalho como se deve por inoperância e falta de planejamento do governo estadual , como todos sabem”, afirmou o juiz da 1ª Vara da Infância e Juventude de Natal, José Dantas.
O desabafo do magistrado aconteceu menos de uma semana depois do presidente da Fundação Estadual da Criança e do Adolescente (Fundac), Getúlio Batista, ter entregue o cargo à governadora Rosalba Ciarlini.
Para ele, isso pode piorar a situação do sistema socioeducativo, que já está mal das pernas há muito tempo, com várias unidades interditadas ou em obras que se arrastam há vários meses.
“A preocupação, de todos que trabalham na Infância e Juventude, é que a governadora nomeie uma pessoa que não tenha capacidade técnica e compromisso com a área, o que só irá piorar o que já está péssimo. 
E não é só isso, há ainda a questão da perda de recursos federais, como já aconteceu em algumas ocasiões e pode acontecer novamente, se o Estado não fizer logo a licitação para a construção do Centro Educacional (Ceduc) de Ceará Mirim, já previsto para acontecer há mais de quatro anos”, explicou Dantas.
Para ele, as obras de reforma e ampliação do Ceduc Pitimbu, que deveriam ter sido concluídas desde outubro de 2012 e cujo novo prazo termina em 30 dias, não ficarão prontas este ano.
Ele disse ainda que, apesar do decreto da governadora, para o retorno imediato de todos os servidores da Fundac que estão cedidos para outros órgãos, é preciso que eles passem por um curso de atualização para poderem atender às demandas existentes hoje.
Isso porque muitos já estão há vários anos afastados da área, sem contar aqueles que não querem deixar o orgão em que estão lotados hoje, para atuar com adolescentes envolvidos em conflito com a lei.
Alessandra Bernardo

Foto; Divulgação 

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