As buscas aos dois presos que fugiram da Penitenciária Federal em Mossoró (RN) completaram 22 dias nesta quarta-feira (6). Para membros das forças de segurança pública encarregadas de recapturar Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça, os dois permanecem na região próxima ao presídio, entre as cidades de Mossoró e Baraúna, distantes cerca de 35 quilômetros uma da outra.
No domingo (3), os fugitivos invadiram uma propriedade na zona rural de
Baraúna e agrediram um agricultor que estava sozinho no local.
Em depoimento, o homem, cujo nome não foi divulgado por razões de
segurança, contou aos investigadores que Nascimento e Mendonça queriam saber se
ele tinha comida, telefone celular e armas, e deixaram o galpão levando alguns
mantimentos.
A partir do depoimento do agricultor, as forças policiais intensificaram
as buscas na zona rural de Baraúna. O receio é que Nascimento e Mendonça usem
as extensas fazendas de banana, melão e melancia existentes na região para se
esconder e se embrenhar no Parque Nacional da Furna Feia.
Visitas
suspensas
O parque costuma receber grupos de estudantes do ensino médio e
universitários que participam de atividades pedagógicas e pesquisas acadêmicas
sobre a caatinga, os sítios arqueológicos e as cavernas existentes na área,
mas, por segurança, o ICMBio suspendeu as visitas assim que a fuga da
Penitenciária Federal em Mossoró se tornou pública.
Rotina
Para o jornalista Cezar Alves, diretor do site Mossoró Hoje, a presença
policial e de jornalistas que viajaram a Mossoró a fim de acompanhar as buscas
aos dois fugitivos alterou a rotina da região.
“Impactou demais. Em vários aspectos. O medo, por exemplo. Há famílias
indo dormir às 17h, morrendo de medo de suas casas serem invadidas.
Com isso, há também prejuízos econômicos. Estamos no período chuvoso,
quando os agricultores começam a plantar [alguns cultivares] e colher outros,
mas muitos deles não estão fazendo nem uma coisa, nem outra, porque estão com
medo”, contou.
Isolamento
A fuga de Mendonça e Nascimento foi a primeira registrada no sistema
penitenciário federal desde que ele foi criado, em 2006, para isolar lideranças
de organizações criminosas e presos de alta periculosidade.
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