O ministro da Educação Camilo Santana afirmou, nesta terça-feira (5), que o governo federal cogita proibir que cursos de licenciatura tenham 100% da carga horária na modalidade de ensino à distância (EaD) e planeja outras mudanças nos de formação de professores online.
Para o ministro, o momento é de avaliação dos cursos de licenciatura não
presenciais, que em novembro tiveram as autorizações para novos cursos
100% EaD suspensas por 90
dias. “A ideia do ministério é não permitir mais cursos sempre EAD.
Então, vamos definir se vão ser 50%, 30% [da carga horária].”
A preocupação com a formação dos professores brasileiros foi manifestada
pelo ministro em entrevista coletiva à imprensa, logo após a apresentação
pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), na manhã
desta terça-feira, dos resultados obtidos pelo Brasil no Programa Internacional
de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2022. O levantamento mostrou que menos de 50% dos
alunos sabem o básico em matemática e ciências.
Pisa 2022
Nesta edição do Pisa, a avaliação de desempenho educacional analisou as
respostas dadas por estudantes de 15 anos de 81 países a questões de
matemática, leitura e ciências, indicadores contextuais relacionados, entre
outros, aos impactos da pandemia de covid-19 na educação, relação da família
com os alunos, professores e estudantes e violências nas escolas. No
Brasil, a aplicação do Pisa a cerca de 10 mil alunos foi de responsabilidade do
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep),
ligado ao MEC.
O ministro destacou a importância do programa internacional para o
Brasil a longo prazo. “Temos no Pisa uma ferramenta importante como orientação
para decisões políticas do governo brasileiro. Na federação, o papel da
execução da educação básica é dos estados e dos municípios. Portanto, o papel
do MEC é de coordenar esse processo, ser o grande maestro dessa política
educacional brasileira para garantirmos a qualidade da educação das crianças e
jovens brasileiros.”
Por videoconferência, o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann,
disse esperar que o Pisa traga ferramentas de diagnóstico precoce e de
cooperação para melhorar a qualidade educacional do Brasil. O
secretário-geral apontou o país como um bom exemplo.
Matemática
No Brasil, 73% dos estudantes brasileiros avaliados nesta faixa etária
apresentaram desempenho em matemática no nível abaixo do básico. O Brasil caiu
5% em matemática, em relação ao Pisa de 2018, e ficou no intervalo entre a 62ª
e 68º posição no ranking da OCDE.
De forma global, os países da OCDE registraram, em média, uma queda de
17% em matemática, entre 2018 e 2022.
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