O preço da gasolina subiu pelo menos R$ 0,30 em alguns postos de combustíveis da Grande Natal. O novo preço de R$ 6,29 pegou muitos consumidores de surpresa.
O funcionário público Francisco Canindé, que coloca gasolina no carro
todo dia, desanimou quando chegou no posto da Avenida Felizardo Moura nesta
quinta-feira (24), e o preço do litro não era mais de R$ 5,99.
Desde março, a Petrobras anunciou duas reduções no preço médio da
gasolina, mas, na prática, o preço não baixou nas bombas. Desta vez, o preço subiu
sem aparente explicação.
De acordo com o economista Janduir Nóbrega, a variação no preço local
tem interferência direta na alta do dólar. Uma combinação da moeda americana em
alta e do aumento da cotação internacional do petróleo tem feito o preço do combustível
aumentar muito no Brasil. A tendência para os próximos meses é ainda mais
desanimadora.
“Não é só o preço da gasolina que aumenta. Aumenta o custo dos fretes,
de produção, de entrega dos produtos, e tudo isso faz com que o poder de compra
do trabalhador se torne cada vez mais sacrificado”, lembra.
O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Rio Grande
do Norte (Sindipostos-RN) disse, em nota, que não comenta os valores praticados
individualmente pelos estabelecimentos, mas justificou que o preço da gasolina
está sendo forçado para cima em virtude da alta do etanol, que representa 27%
da gasolina.
Em maio deste ano, o Ministério Público recebeu denúncia da vereadora
Camila Araújo (PSD) sobre o aumento nos valores dos combustíveis em Natal desde
janeiro, no comparativo com outras capitais do Nordeste.
A perícia feita pela Central de Apoio Técnico Especializado, do MPRN,
apenas constatou a diferença do preço da gasolina em Natal em relação a
Fortaleza e João Pessoa, constando que o preço médio da gasolina comum em Natal
é R$ 0,25 acima da média do preço médio das três capitais vizinhas, o que, em
termos percentuais, equivale a 5,26%.
A diferença do preço médico entre Natal e João Pessoa é de R$ 0,42,
correspondendo a 8,19%. A perícia concluiu que não houve abusividade no aumento
e, por isso, a decisão do MP foi pelo arquivamento da denúncia.
Mesmo com o arquivamento dessa investigação, o Procon-RN continua
recebendo denúncias e reclamações.
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