segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Polícia Civil conclui que ex-candidato a prefeito no RN simulou próprio sequestro

As investigações sobre o desaparecimento do então pré-candidato a prefeito de Antônio Martins, João Venâncio Ferreira (PT), chegaram à conclusão de que ele fingiu o próprio sequestro. A Polícia Civil do Rio Grande do Norte encontrou evidências que contradizem o depoimento do advogado e ex-candidato, que tem 73 anos.

Uma das principais provas é um vídeo que mostra o político descendo do carro de um sobrinho na cidade de Pereiro, no Ceará, onde ele foi encontrado após passar três dias sumido (veja abaixo).

Segundo o delegado Aroldo Sales Chaves Júnior, que investiga o caso, o desaparecimento não se deu em decorrência de um sequestro: ele foi por vontade própria para a casa de uma irmã na cidade de Milhã, também no Ceará.

Segundo a polícia, João Venâncio saiu de casa em Antônio Martins, no Alto Oeste potiguar, por volta das 12h do dia 23 de setembro. Ele ligou para um sobrinho e pediu para levá-lo a Pau dos Ferros, onde faria o registro da candidatura. 

No meio do caminho, na BR-226, na altura do município de Serrinha dos Pintos, o candidato desceu da própria caminhonete e entrou no veículo do sobrinho. A caminhonete foi achada abandonada na estrada. Foi a partir daí que as buscas começaram e a família ficou aflita.

João Venâncio seguiu para Milhã, onde permaneceu na casa da irmã até o dia 25, quando pediu para que outro sobrinho o levasse de volta para Antônio Martins. No retorno ao Rio Grande do Norte, ele parou na cidade de Pereiro, descendo do carro por vontade própria, em momento registrado por câmeras de segurança. Na ocasião, o ex-candidato foi ao destacamento da Polícia Militar da cidade, onde relatou o suposto sequestro. A Polícia Civil de Alexandria foi procurada e realizou o resgate.

No depoimento em que confessou que não foi sequestrado, o ex-candidato disse à polícia que criou a história porque teve uma crise de pânico, achando que estava sendo perseguido. 

Depois do episódio, ele desistiu da candidatura, e agora vai responder por falsa comunicação de crime. "O caso vai ser remetido ao juizado especial criminal e ele vai responder um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). Deve ser arbitrada a ele qualquer pena alternativa", falou o delegado Aroldo Sales.



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