quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Navio russo é suspeito de ter abandonado carga de nitrato de amônio em Beirute

Enquanto a investigação sobre as origens da explosão devastadora em Beirute continua, as autoridades do país apontaram para uma possível causa: um carregamento maciço de fertilizantes agrícolas teria sido armazenado no porto de Beirute sem precauções de segurança por anos – apesar dos avisos das autoridades locais.

Documentos recentemente obtidos pela CNN revelam que um carregamento de 2.750 toneladas de nitrato de amônio chegou a Beirute em um navio de propriedade russa em 2013. O navio, chamado MV Rhosus, estava destinado a Moçambique – mas parou em Beirute devido a dificuldades financeiras, o que também criou distúrbios com a tripulação russa e ucraniana do navio.

Após chegar, o navio nunca deixou o porto de Beirute, segundo o diretor de alfândega do Líbano, Badri Daher, apesar dos avisos repetidos por ele e outros de que a carga era o equivalente a “uma bomba flutuante”.

“Devido ao extremo perigo apresentado por esses itens armazenados em condições climáticas inadequadas, reiteramos nosso pedido às autoridades portuárias de reexportar as mercadorias imediatamente para manter a segurança do porto e dos que trabalham nele”, disse o antecessor de Daher, Chafic Merhi, em uma carta de 2016 dirigida a um juiz envolvido no caso.

As autoridades libanesas não identificaram nominalmente o MV Rhosus como a fonte da substância que explodiu em Beirute na terça-feira, mas o primeiro-ministro Hassan Diab disse que a explosão devastadora foi causada por 2.750 toneladas de nitrato de amônio. Ele acrescentou que a substância foi armazenada por seis anos no armazém portuário sem medidas de segurança, “colocando em risco a segurança dos cidadãos”.

O chefe de segurança geral do Líbano também disse que um “material altamente explosivo” havia sido confiscado anos antes e armazenado no armazém, que fica a poucos minutos a pé dos bairros de compras e vida noturna de Beirute. A enorme explosão de terça-feira, que abalou a capital, deixou pelo menos 135 mortos e 5.000 feridos.



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