Enquanto grande
parte da população mossoroense sofre com a falta de estrutura após as chuvas
registradas desde o último dia 17, os moradores da zona rural, em especial os
agricultores, comemoram a mudança climática e as fortes precipitações.
Uma das principais
vítimas da estiagem, os agricultores afirmam que se as chuvas continuarem a
cair até o mês de julho, 40% de suas safras poderão ser salvas. "Já melhorou muito. Para se ter
uma idéia, 90% das 3,5 mil cisternas instaladas nas comunidades da zona rural
já estão completamente ou quase cheias.
O rebanho já terá
pasto para se alimentar na quinta ou na sexta, e se as chuvas continuarem pelo
menos por 15 dias, eles terão alimentação garantida por mais tempo. Sem falar que
chovendo pelo menos até o mês de julho, que é a nossa expectativa, poderemos
salvar até 40% de nossa safra", destaca o presidente do Sindicato dos
Trabalhadores na Lavoura de Mossoró, Francisco Gomes.
Segundo o presidente, mesmo que as
precipitações continuem na região, o prejuízo para os agricultores é
inevitável. "Os meses mais chuvosos, março e abril, foram perdidos. Claro
que o sofrimento está sendo amenizado, mas muitas comunidades já perderam seus
rebanhos, e não há mais como recuperar esse prejuízo, só mesmo um
milagre", diz Francisco Gomes.
Com as chuvas, os agricultores já
reiniciaram a plantação de feijão e milho, que tem seus ciclos de produção mais
curtos, e assim, o risco de perder as safras é menor.
O feijão, por
exemplo, tem um ciclo curto, de 48 a 50 dias, e o milho de 60 dias. Como a
expectativa de chuva é até o mês de julho, esperamos que essas safras possam
ser colhidas", pontua o sindicalista.Ainda conforme Francisco Gomes, apesar
das chuvas, é importante que o poder público continue desenvolvendo ações
emergenciais de combate à seca. "Seria muito arriscado cancelar essas
ações agora.
Muitas vezes o
governo acha que porque começou a chover não estamos mais sofrendo com os
efeitos da estiagem. Pedimos que isso não ocorra, que as medidas continuem
sendo adotadas para que os agricultores não sejam ainda mais penalizados",
conclui.
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