O instituto comunicou que está enfrentando dificuldades para contratar
trabalhadores em determinados locais. Em todo o país, o IBGE conta com 95.448
recenseadores em ação no momento, apenas 52,2% do total de vagas disponíveis. O
estado com maior déficit de recenseadores é Mato Grosso, com 36,8% do número de
vagas ocupadas.
“Praticamente metade do Censo feito nestes dois meses. Ou seja, a
operação está atrasada. A gente estava esperando que fosse encerrar a operação
agora na primeira semana de outubro”, contou Cimar Azeredo, diretor de
Pesquisas do IBGE.
Ele acredita que instituto possa precisar de mais recursos para que o
processo termine no prazo estimado.
“É bem provável que sim, que a gente precise de mais recursos”, contou
Azeredo.
Segundo o diretor do órgão, a decisão de prorrogar a coleta até o início
de dezembro é acompanhada do compromisso de entregar os dados da contagem da
população ainda no fim de dezembro ao Tribunal de Contas da União, para
subsidiar a repartição do Fundo de Participação de Estados e Municípios.
“Onde o mercado de trabalho está mais aquecido, temos mais dificuldade
de contratar recenseadores”, justificou Cimar Azeredo.
O IBGE está trabalhando na preparação de uma medida provisória para
permitir a contratação emergencial de recenseadores em condições
extraordinárias.
“Estamos trabalhando também na melhora na remuneração desses
recenseadores de forma a tornar essa remuneração mais atrativa”, disse ele, e
acrescenta que também estão buscando aprimorar a comunicação sobre o
levantamento censitário, de forma a convencer a população a fornecer
informações para os recenseadores.
Até 2 de outubro, foram recenseadas 104.445.750 pessoas, em 36.567.808
domicílios, o equivalente a 49% da população estimada no país. No Censo
Demográfico de 2010, a essa altura da coleta, já tinha sido recenseada 86,9% da
população.
O gerente-técnico do Censo, Luciano Duarte, reconhece que o ritmo de
coleta está “muito abaixo” do registrado no censo anterior, mas diz que o órgão
está buscando melhorar a contratação e a remuneração de recenseadores nos
locais onde a curva de recenseamento está muito abaixo do esperado.
Recenseados por região
Entre os já recenseados em 2022, 42% estavam no Sudeste; 27%, no
Nordeste; 14,3%, no Sul; 8,9%, no Norte; e 7,8%, no Centro-Oeste. Até o
momento, 48% dos recenseados eram homens e 52% eram mulheres.
“Não tem condições de ter Pnad Contínua no ano que vem se a gente não
tem Censo”, apontou Azeredo. “E outras ações aí que são importantíssimas e que
estão dependendo de o Censo ficar pronto.”
Os trabalhadores estão atuando em 282.838 dos 452.246 setores
censitários do país, 62,54% do total. Sergipe é o estado mais adiantado em termos
de setores trabalhados, com 80,78%, seguido por Rio Grande do Norte (79,69%) e
Piauí (79,06%). Os estados mais atrasados são Mato Grosso (apenas 38,49% dos
setores trabalhados), Roraima (45,18%) e Acre (48,79%).
Cerca de 2,27% dos domicílios visitados até o momento se recusaram a
responder. Em relação ao tipo de questões, 88,2% dos domiciliados responderam
ao questionário básico e 11,8%, ao ampliado.
A maior parte dos questionários (99,5%) foi respondida de forma
presencial, enquanto 81.620 domicílios optaram por responder pela internet e
85.309, pelo telefone.
R7
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