Os últimos anos têm sido marcados não só pelas correções anuais nas
tarifas, mas também pela criação de encargos e custos diretamente repassados
para os consumidores.
O aumento nos últimos anos resulta do crescimento de encargos e
subsídios (desconto a um setor ou um grupo, com custo dividido com os demais),
da necessidade de usar termoelétricas, que geram energia mais cara, e do modelo
de contratação de energia.
Responsável pelo levantamento, o vice-presidente de energia da Abraceel,
Alexandre Lopes, ressalta que, em momentos de falta de chuva, como em 2021, o
custo tende a aumentar, principalmente, para os consumidores residenciais. O
impacto para os que atuam no mercado livre, em que a energia é negociada
diretamente com as geradoras, é menor. Nos últimos sete anos, os preços nesse
ambiente oscilaram 25% abaixo da inflação.
“Temos custos de 2021 ainda não repassados para as tarifas. Então,
devemos ter um aumento acima da inflação em 2022. Quando o novo empréstimo ao
setor elétrico começar a ser pago, impactará ainda mais as tarifas. Então,
parte desses custos da crise será neste ano, e outras parcelas, nos próximos
anos”, afirmou Lopes.
O levantamento considera os dados desde 2015, no governo da
ex-presidente Dilma Rousseff, logo após o Tesouro Nacional interromper repasses
bilionários para a CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), fundo setorial
cujos recursos são rateados entre todos os consumidores para bancar subsídios
para algumas categorias. De acordo com o ex-diretor da Aneel (Agência Nacional
de Energia Elétrica) Edvaldo Santana, o corte levou a um “tarifaço” de 25% em
fevereiro de 2015, e não parou mais.
R7
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